domingo, 31 de julho de 2011

Vamos dar o bom exemplo!

Reclamando do Lula? Do Serra? Da Dilma? Do Arrruda? Do Sarney? Do Collor? Do Renan? Do Palocci? Do Delubio? Da Roseanne Sarney? Dos políticos distritais de Brasilia? Do Jucá? Do Kassab? Dos outros 300 picaretas do Congresso?

Brasileiro reclama de quê?

A- Coloca nome em trabalho que não fez.
B- Coloca nome de colega que faltou em lista de presença.

C- Paga para alguém fazer seus trabalhos.

01. - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.

02. - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.

03. - Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.

04. - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, e até dentadura.

05. - Fala no celular enquanto dirige.

06. - Usa o telefone da empresa onde trabalha para ligar para o celular dos amigos (me dá um toque que eu retorno...) - assim o amigo não gasta nada.

07. - Usa o celular na Igreja, no cinema, nas salas de aula, teatro, palestras e afins.

08. - Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.
 
 09. - Para em filas duplas, triplas, em frente às escolas.

10. - Viola a lei do silêncio.

11. - Dirige após consumir bebida alcoólica.

12. - Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.

13. - Espalha churrasqueira, mesas, nas calçadas.

14. - Pega atestado médico sem estar doente, só para faltar ao trabalho.

15. - Faz "gato" de luz, de água e de tv a cabo.

16. - Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.

17. - Compra recibo para abater na declaração de renda para pagar menos imposto.

18. - Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.

19. - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pede nota fiscal de 20.
20. - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

21. - Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.

22. - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.
23. - Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.

24. - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.
 
25. - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.

26. - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

27. - Freqüenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

28. - Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos, como clipes, envelopes, canetas, lápis... como se isso não fosse roubo.

29. - Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.

30. - Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.
31. - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.

32. - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

33. - Joga o que pode por onde passa, especialmente quando se trata de lugares públicos, que vivem sujos graças a esse costume.

34. - Queima o lixo em terrenos, quando ateia fogo para se livar do mato.

34. - Faz xixi em qualquer lugar com a desculpa de que é “macho”.

36. - Etc., etc., etc., etc.

E depois quer que os nossos políticos sejam honestos... Escandaliza-se com o mensalão, o dinheiro na cueca, a farra das passagens aéreas... Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo, ou não?

Brasileiro reclama de quê, afinal? E é a mais pura verdade, isso que é o pior! Então sugiro adotarmos uma mudança de comportamento, começando por nós mesmos, onde for necessário!

BRASILEIRO É COMUNISTA MESMO SÓ QUER SOCIALIZAR O QUE NÃO É SEU!

 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O que é o PV?



Penna - O PV não vem de sindicato, não vem de associações comerciais, industriais ou agrícolas, não vem das igrejas, não vem das forças militares nem vem das forças tradicionais de esquerda. Então, nós primeiro tivemos que amassar o nosso próprio barro. Fomos crescendo a partir da ampliação da inteligência da sociedade brasileira no sentido de compreender os nossos postulares. Nós não tínhamos quadros políticos. Somos o único partido com uma orientação parlamentarista.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

A perda de confiança na ordem atual

A perda de confiança na ordem atual

Para os especuladores, também no Brasil, o dinheiro serve para produzir mais dinheiro e não para produzir mais bens
07/07/2011

Leonardo Boff

Na perspectiva das grandes maiorias da humanidade, a atual ordem é uma ordem na desordem, produzida e mantida por aquelas forças e países que se beneficiam dela, aumentando seu poder e seus ganhos. Essa desordem se deriva do fato de que a globalização econômica não deu origem a uma globalização política. Não há nenhuma instância ou força que controle a voracidade da globalização econômica. Joseph Stiglitz e Paul Krugman, dois prêmios Nobel em economia, criticam o Presidente Obama por não ter imposto freios aos ladrões de Wall Street e da City, ao invés de se ter rendido a eles. Depois de terem provocado a crise, ainda foram beneficiados com inversões bilionários de dinheiro público. Voltaram, airosos, ao sistema de especulação financeira.
Estes excepcionais economistas são ótimos na análise mas mudos na apresentação de saídas à atual crise. Talvez, como insinuam, por estarem convencidos de que a solução da economia não esteja na economia mas no refazimento das relações sociais destruídas pela economia de mercado, especialmente, a especulativa. Esta é sem compaixão e desprovida de qualquer projeto de mundo, de sociedade e de política. Seu propósito é acumular maximamente, apropriando de bens comuns vitais como água, sementes e solos e destroçado economias nacionais.
Para os especuladores, também no Brasil, o dinheiro serve para produzir mais dinheiro e não para produzir mais bens. Aqui o Governo tem que pagar 150 bilhões de reais anuais pelos empréstimos tomados, enquanto repassa apenas cerca de 60 bilhões para os projetos sociais. Esta disparidade resulta eticamente perversa, consequência do tipo de sociedade a qual nos incorporamos, sociedade essa que colocou, como eixo estruturador central, a economia que de tudo faz mercadoria até da vida.
Não são poucos que sustentam a tese de que estamos num momento dramático de decomposição dos laços sociais. Alain Touraine fala até de fase pós-social ao invés de pós-industrial.
Esta decomposição social se revela por polarizações ou por lógicas opostas: a lógica do capital produtivo cerca de 60 trilhões de dólares/ano e a do capital especulativo, cerca de 600 trilhões de dólares sob a égide do “greed is good” (a cobiça é boa). A lógica dos que defendem a maior lucratividade possível e a dos que lutam pelos direitos da vida, da humanidade e da Terra. A lógica do individualismo que destrói a “casa comum”, aumentando o número dos que não querem mais conviver e a lógica da solidariedade social a partir dos mais vulneráveis. A lógica das elites que fazem as mudanças intrassistêmicas e se apropriam dos lucros e a lógica dos assalariados, ameaçados de desemprego e sem capacidade de intervenção. A lógica da aceleração do crescimento material (o PAC) e a dos limites de cada ecossistema e da própria Terra.
Vigora uma desconfiança generalizada de que deste sistema não poderá vir nada de bom para a humanidade. Estamos indo de mal a pior em todos os itens da vida e da natureza. O futuro depende do cabedal de confiança que os povos depositam em suas capacidades e nas possibilidades da realidade. E esta confiança está minguando dia a dia.
Estamos nos confrontando com esse dilema: ou deixamos as coisas correrem assim como estão e então nos afundaremos numa crise abissal ou então nos empenharemos na gestação de uma nova vida social, capaz de sustentar um outro tipo de civilização. Os vínculos sociais novos não se derivarão nem da técnica nem da política, descoladas da natureza e de uma relação de sinergia com a Terra. Nascerão de um consenso mínimo entre os humanos, a ser ainda construído, ao redor do reconhecimento e do respeito dos direitos da vida, de cada sujeito, da humanidade e da Terra, tida como Gaia e nossa Mãe comum. A essa nova vida social devem servir a técnica, a política, as instituições e os valores do passado. Sobre isso venho pensando e escrevendo já pelo menos há vinte anos. Mas é voz perdida no deserto. “Clamei e salvei a minha alma”(clamavi et salvavi animam meam), diria desolado Marx. Mas importa continuar. O improvável é ainda possível.

Leonardo Boff é autor de Virtudes para um outro mundo possível 3 vol. Vozes 2005.